terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sociedade e Meio ambiente

A pós-modernidade, iniciada a partir da segunda metade do século XX trouxe consigo inúmeras mudanças. Contrapondo-se aos principais conceitos que caracterizaram a modernidade, profundas mudanças paradigmáticas se deram nos ambientes sociais e institucionais. A nova forma de ver o mundo a partir dos paradigmas da pós-modernidade se baseou na contraposição da crença à verdade, à razão e à linearidade dos processos. A noção de espaço e tempo foi modificada por fatores como o avanço tecnológico sem precedentes, principalmente nas áreas de transportes e comunicação, e o fenômeno da globalização. A nova forma de ver o mundo valoriza o indivíduo em seu ambiente social e cultural. Sua identidade o referencia, assim como o ambiente em que está inserido (Gatti, 2005; Gallo, 2006).
A preocupação com o potencial da interferência da ação humana sobre meio ambiente e os conseqüentes efeitos gerados, tornando vulnerável sua própria existência humana, motivou grandes conferências internacionais realizadas ao longo das últimas quatro décadas. De um modo geral, pode-se afirmar que, durante este período diferentes nações passaram a incorporar os princípios e diretrizes gerados nestes eventos. No Brasil, diferentes setores como transportes, saúde, educação e economia já estão diretamente influenciados por esta tendência, isto é, inúmeras políticas públicas e privadas já foram desenvolvidas e estão sendo implementadas e executadas.
A Agenda 21, um dos principais documentos obtidos na Eco-92, pactuou entre os países signatários o compromisso, baseado no conceito de desenvolvimento sustentável, de estudo e busca para soluções dos problemas sócio-ambientais. Esse conceito surge como contraponto aos tradicionais modelos de desenvolvimento econômico, caracterizados pelos fortes impactos negativos à sociedade e ao meio ambiente (CNUMAD 1996). O desenvolvimento passa a utilizar, de forma sustentável, os recursos naturais no provimento do sistema produtivo para a produção de bens de consumo e de capital, propiciando bem-estar ou utilidade à população a uma taxa de uso, desses recursos, não maior que a capacidade regenerativa do meio ambiente (Pearce & Turner 1991).
O reconhecimento nas diferentes dimensões dos problemas sócio-ambientais inerentes à contínua busca de crescimento econômico determina que repercussões e impactos negativos refletidos sobre os grupos sociais e o meio ambiente passem a ser, identificados como custos econômicos expressivos, anteriormente desprezados. A tarefa de reconhecer e minimizar esses custos representa uma excelente oportunidade para transformar as práticas de desenvolvimento econômico em todo o mundo, criando condições propícias para a implementação do desenvolvimento sustentável.
Atualmente um terço da população mundial vive em países que já sofrem com problemas relacionados ao abastecimento de água. Com o crescimento populacional, principal fator agravante dessa crise, estima-se que nos próximos 25 anos cerca de dois terços da população do mundo esteja passando por problemas semelhantes. Uma estimativa ainda mais alarmante, faz o prognóstico da necessidade de incremento de aproximadamente 40% na quantidade dos recursos hídricos para acompanhar tal crescimento populacional, sendo 17% exclusivamente voltados para a produção de alimentos. (World Water Council 2000).
O acesso e disponibilidade da água em quantidade e qualidade adequadas para produção e ingestão de alimentos, bem como para medidas sanitárias e higiene pessoal, são reconhecidos como condições fundamentais (United Nations 1999,2000). Apesar dos recursos hídricos serem motivo de preocupação mundial, a situação brasileira ainda é confortável. O Brasil encontra-se, junto com poucos países, classificado na sub-região com maior disponibilidade de água por habitante, com cerca de 20.000m3 per capita/ano (UNEP, 2002).
Problemas de qualidade de água podem freqüentemente ser tão severos quanto aqueles relativos à disponibilidade desse recurso. Regiões localizadas em países em desenvolvimento são caracterizadas por sua pouca atenção dada ao assunto e os custos relativos desse pouco interesse vem sendo dimensionado e, associado à incidência de doenças veiculadas pela água ou a ela relacionadas. Doenças como dengue, malária, febre amarela e esquistossomos e são alguns exemplos de doenças de grande impacto mundial sobre a saúde humana e que têm na água um de seus principais condicionantes ambientais. A transmissão dessas doenças ao homem se dá através de vetores, geralmente insetos, que utilizam a água como substrato de parte de seu ciclo de desenvolvimento. Alguns gêneros de mosquitos, como os anofelinos e culicídeos, por exemplo, podem utilizar ambientes naturais como rios e córregos ou ambientes artificiais, com disponibilidade de água sem-ipermanente, como, por exemplo, pneus e marcas de pneu, pegadas, tanques e esgotos, para seus criadouros (Consoli & Oliveira 1998, Oliveira 2001).
No entanto, nem só os agentes infecciosos põem em risco à saúde humana ou o meio ambiente. Diferentes tipos de poluentes como, esgotos não tratados, descargas químicas, vazamentos e derramamentos de petróleo, desativação de minas e agrotóxicos contribuem diariamente na contaminação dos recursos hídricos (World Comission on Water 1999).
Uma característica do desenvolvimento sustentável está na condição de que cada indivíduo constitua um ator, provedor de informação passível de ser utilizada no processo de construção participativa (Funtowicz & Ravetz 1994). A informação representa condição sine qua non para a tomada de decisão, nos diferentes níveis, seja ele internacional, nacional, comunitário ou inclusive individual (CNUMAD 1996). No entanto, para que as informações possam realmente servir de base aos processos decisórios alguns fatores precisam ser considerados. A complexidade dos ambientes e, por conseguinte, os componentes de interferência em sua dinâmica normalmente são analisados segundo os diferentes setores de conhecimento (Rapport 1998 a, 1998b).
Estudos analíticos dos sistemas ambientais normalmente dissociam dimensões biofísicas e socio-econômicas do impacto sobre a saúde humana, assim como, pesquisas geralmente deixam de considerar diferentes escalas espaciais e temporais desses sistemas (Rapport 1998c). Por outro lado, a incorporação dos valores sociais às abordagens dos sistemas ambientais permite explorar diferentes interfaces a outras áreas de investigação. Um exemplo disto é a incorporação dos valores sociais em estudos analíticos que acabam por predizerem sua importância sobre decisões, incentivos, regulações e leis ditadas sobre as transformações e disfunções dos sistemas ambientais (Rapport 1998d).

Fonte (imagens): siam.fc.ul.pt.jpg e blogueco.wordpress.com.jpg - acessados em 08/09/2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Intervenções Humanas no Meio Ambiente




Para iniciarmos o nosso estudo a respeito deste tema, precisamos entender o que é impacto ambiental e quais são os principais responsáveis por gerar tal fenômeno.Segundo a resolução do CONAMA n.º 001 de 23/01/86 o impacto ambiental pode ser caracterizado como "Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais" neste artigo iremos falar dos principais impactos ambientais que vem ocorrendo na natureza graças a ação do homem,que continua a usar os recursos naturais de forma descuidada contribuindo para a intensificação dos processos que serão relatados a seguir.

Desmatamento de florestas
Como conseqüência imediata do desmatamento podemos citar a destruição da biodiversidade como resultado da diminuição ou extinção de espécies vegetais e animais.Estimativas recentes apontam que muitas empecíeis vegetais que ainda não foram estudadas podem ser extintas antes mesmo de terem a sua eficiência identificada e comprovada .Uma outra conseqüência do intenso processo de desmatamento é a intensificação do processo de erosão do solo.“Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas das chuvas, que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a velocidade de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto direto das chuvas como o solo e suas raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua desagregação. A retirada da cobertura vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas.”(Retirado do site www.pessoal.educacional.com.br acessado em 07/09/2010 )Provocando fenômenos como enchentes e a Desertificação do solo,que prejudica diretamente a atividade agrícola da região.Outra conseqüência do desmatamento é a elevação da temperatura local devido a maior irradiação de calor para a atmosfera.



Fonte (imagem): www.gaiavegetariano.com.br - acessado em 08/09/2010


Efeito estufa



O efeito estufa é talvez o impacto ambiental mais estudado e falado pela mídia em geral,o que pouca gente sabe é que ele é um fenômeno natural fundamental para a vida na Terra. O efeito estufa, é responsável por reter calor irradiado pela superfície terrestre, pelas partículas de gases e de água em suspensão na atmosfera, garantindo a manutenção do equilíbrio térmico do planeta , portanto, a sobrevivência das várias espécies vegetais e animais também dependem dele .Só que a intensificação destes gases pode provocar a elevação da temperatura média do planeta,derretendo as calotas polares e inundando cidades litorâneas .O efeito estufa é intensificado pela emissão exagerada de metano, e CFCs, mas principalmente do dióxido de carbono (CO2). Essa elevação dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera se deve à crescente queima de combustíveis fósseis e das florestas.

Fonte (imagem): www.planetaeducacao.com.br - acessado em 08/09/2010

Chuva ácida


Quando a chuva ácida não é natural, ela é resultado da queima de combustíveis fosseis como o carvão e o petróleo. Desta intensa poluição uma parte se precipita e deposita-se sobre o solo. Outra parte se mistura com o vapor de água, ocorrendo a chuva ácida. Este problema ambiental já vem destruindo monumentos históricos como Coliseu, em Roma; o Taj Mahal, na Índia; as catedrais de Notre Dame, em Paris e de Colônia, na Alemanha. Algumas florestas já estão sendo destruídas graças à acidez da chuva de algumas florestas da Alemanha e da Holanda.

Imagem retirada do site : http://idadedodegelo.blogspot.com acessado em 08/09/2010
Intervenções positivas do homem na natureza


É inegável o fato de que nos humanos somos responsáveis,pelo processo de destruição do meio ambiente ,no entanto a tomada de consciência do problema já vem ocorrendo aos poucos .O homem hoje em dia já utiliza a tecnologia existente para buscar alternativas que contribuam para frear os impactos ambientais.Vejamos algumas alternativas que podem ser adotadas para minimizar os impactos ambientais :

Produção de açudes
Para conviver com períodos alternados de muita chuva e escassez de água o homem criou soluções inteligentes como a construção de açudes,perfuração de poços e construção de cisternas .No caso dos açudes o objetivo principal é guardar a água da chuva para os períodos de estiagem.Esta atividade permite que os pastos possam ser irrigados, e conseqüentemente o gado não sofre com a falta de alimento. O agricultor que sofria perdas na produção agrícola no período de estiagem graças a estes poços consegue manter a sua produção

Fonte (imagem): primeirocomandoemconhecimento.blogspot.com.jpg - acessado em 08/09/2010

Combate às enchentes

A água sempre vai para o lugar mais baixo e acaba causando enchentes , outro problema comum que ocasiona enchentes é o lixo acumulado nas ruas rios e córregos.Visando solucionar tais problemas o homem desenvolveu recursos simples que minimizam o fenômeno das enchentes utilizando a tecnologia como seu principal aliado “A captação das águas das calhas para armazenamento em reuso, além de economicamente viável para a pessoa que faz a coleta evita que a água seja jogada diretamente nas redes de esgoto, já cheias das águas pluviais dos bueiros. Existe um custo inicial para a implantação e a caixa de armazenamento deve ser tampada para que não haja proliferação de mosquitos e pernilongos. Essa água pode ser utilizada para lavar carros e quintais, fazer rega de plantas, e outra aplicações que não necessitem de água potável.” Retirado do site (www.eletrontech.com acessado em 06/09/2010)

Reciclagem

O processo de reciclagem preserva o meio ambiente diminuindo a poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias estão reciclando materiais para reduzir os custos de produção.Um outro beneficio da reciclagem é que ela gera muitos empregos nas principais capitais do pais.Os materiais reciclados,impedem que mais matéria prima seja retirada da natureza para a produção de produtos.Alem de impedir que o lixo vá parar em aterros sanitários.


Fonte (imagem): http://ofuturodoplanetaeeucomisso.blogspot.com - acessado em 08/09/2010

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CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. 1996. Agenda 21. Brasília. Senado Federal.

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Revista Nova Escola. Em defesa do planeta. Maio/2007



SITES RELACIONADOS:

Site do Ministério do Meio Ambiente: http://www.mma.gov.br
Acessado em agosto/2010;

Site do Ministério da Educação e Cultura (PCN´s Temas Transversais: Meio Ambiente): http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=264&Itemid=254 Acessado em agosto/2010;

Site do Estado do Ceará: http://www.ceara.gov.br - acessado em setembro/2010;


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WORLD WATER COUNCIL. 2000. World Water Vision Commission Report: A water secure world. Vision for water, life and the environment. World Water Council. http://www.worldwatercouncil.org/Vision/Documents/ComissionReport.pdf [Geo – 2 -125].



VÍDEOS RELACIONADOS:

http://www.youtube.com/watch?v=YMFyAIZIiw8

http://www.youtube.com/watch?v=bIGoikHJzc8&feature=related

Objetivos educacionais - Parâmetros Curriculares Nacionais


Os Parâmetros Curriculares Nacionais consideram ‘Meio Ambiente’ como tema transversal na Educação Básica Brasileira, juntamente com a ‘Ética’, a ‘Saúde’, a ‘Orientação Sexual’ e a ‘Pluralidade Cultural’.
Mas o que são temas transversais? Para explicar, citamos, a seguir, a apresentação dos Temas Transversais do próprio documento oficial.
“O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. Nessa perspectiva é que foram incorporadas como Temas Transversais as questões da Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde e da Orientação Sexual.
Isso não significa que tenham sido criadas novas áreas ou disciplinas. Como você poderá perceber pela leitura deste documento, os objetivos e conteúdos dos Temas Transversais devem ser incorporados nas áreas já existentes e no trabalho educativo da escola. É essa forma de organizar o trabalho didático que recebeu o nome de transversalidade.
Amplos o bastante para traduzir preocupações da sociedade brasileira de hoje, os Temas Transversais correspondem a questões importantes, urgentes e presentes sob várias formas, na vida cotidiana. O desafio que se apresenta para as escolas é o de abrirem-se para este debate.
Este documento discute a amplitude do trabalho com problemáticas sociais na escola e apresenta a proposta em sua globalidade, isto é, a explicitação da transversalidade entre temas e áreas curriculares assim como em todo o convívio escolar.
Há também um documento para cada tema, expondo as questões que cada um envolve e
apontando objetivos, conteúdos, critérios de avaliação e orientações didáticas, para subsidiá-lo na criação de um planejamento de trabalho eficiente para o desenvolvimento de uma prática educativa coerente com seus objetivos mais amplos.”

No esquema a seguir, uma representação imagética da transversalidade dos temas que perpassam todas as áreas do conhecimento ao longo de toda a escolaridade.

Fonte (imagem): portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf

Objetivos Educacionais - Parâmetros Curriculares Nacionais


E sobre o Tema Transversal ‘Meio Ambiente’ segue o texto de apresentação do documento.
“São grandes os desafios a enfrentar quando se procura direcionar as ações para a melhoria das condições de vida no mundo. Um deles é relativo à mudança de atitudes na interação com o patrimônio básico para a vida humana: o meio ambiente.Os alunos podem ter nota 10 nas provas, mas, ainda assim, jogar lixo na rua, pescar peixes-fêmeas prontas para reproduzir, atear fogo no mato indiscriminadamente, ou realizar outro tipo de ação danosa, seja por não perceberem a extensão dessas ações ou por não se sentirem responsáveis pelo mundo em que vivem.
Como é possível, dentro das condições concretas da escola, contribuir para que os jovens e adolescentes de hoje percebam e entendam as conseqüências ambientais de suas ações nos locais onde trabalham, jogam bola, enfim, onde vivem?
Como eles podem estar contribuindo para a reconstrução e gestão coletiva de alternativas de produção da subsistência de maneira que minimize os impactos negativos no meio ambiente? Quais os espaços que possibilitam essa participação? Enfim, essas e outras questões estão cada vez mais presentes nas reflexões sobre o trabalho docente.
A problematização e o entendimento das conseqüências de alterações no ambiente permitem compreendê-las como algo produzido pela mão humana, em determinados contextos históricos, e comportam diferentes caminhos de superação. Dessa forma, o debate na escola pode incluir a dimensão política e a perspectiva da busca de soluções para situações como a sobrevivência de pescadores na época da desova dos peixes, a falta de saneamento básico adequado ou as enchentes que tantos danos trazem à população.
A solução dos problemas ambientais tem sido considerada cada vez mais urgente para garantir o futuro da humanidade e depende da relação que se estabelece entre sociedade/natureza, tanto na dimensão coletiva quanto na individual.
Essa consciência já chegou à escola e muitas iniciativas têm sido tomadas em torno dessa questão, por educadores de todo o país. Por essas razões, vê-se a importância de incluir Meio Ambiente nos currículos escolares como tema transversal, permeando toda prática educacional. É fundamental, na sua abordagem, considerar os aspectos físicos e biológicos e, principalmente, os modo de interação do ser humano com a natureza, por meio de suas relações sociais, do trabalho, da ciência, da arte e da tecnologia.
A primeira parte deste documento aborda a questão ambiental a partir de um breve histórico e discorre sobre o reconhecimento da existência de uma crise ambiental que muito se confunde com um questionamento do próprio modelo civilizatório atual, apontando para a necessidade da busca de novos valores e atitudes no relacionamento com o meio em que vivemos. Enfatiza, assim, a urgência da implantação de um trabalho de Educação Ambiental que contemple as questões da vida cotidiana do cidadão e discuta algumas visões polêmicas sobre essa temática.
Nesta primeira parte, ainda, são apresentadas algumas reflexões sobre o processo educacional propriamente dito, com destaque para a explicitação de indicadores para a construção do ensinar e do aprender em Educação Ambiental.
Na segunda parte, são apresentados os conteúdos, os critérios adotados para sua seleção neste documento, e a forma como eles devem ser tratados para atingir os objetivos desejados.”

Leia o documento inteiro, em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf


Objetivos Gerais para o Ensino Fundamental

De acordo com o recorte que fizemos para este estudo, interessa-nos, aqui, os objetivos Gerais para as Séries Iniciais do Ensino Fundamental. A saber:

• identificar-se como parte integrante da natureza e sentir-se afetivamente ligados a ela, percebendo os processos pessoais como elementos fundamentais para uma atuação criativa, responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente;
• perceber, apreciar e valorizar a diversidade natural e sociocultural, adotando posturas de respeito aos diferentes aspectos e formas do patrimônio natural, étnico e cultural;
• observar e analisar fatos e situações do ponto de vista ambiental, de modo crítico, reconhecendo a necessidade e as oportunidades de atuar de modo propositivo, para garantir um
meio ambiente saudável e a boa qualidade de vida;
• adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que os levem a interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis;
• compreender que os problemas ambientais interferem na qualidade de vida das pessoas, tanto local quanto globalmente;
• conhecer e compreender, de modo integrado, as noções básicas relacionadas ao meio ambiente;
• perceber, em diversos fenômenos naturais, encadeamentos e relações de causa/efeito que condicionam a vida no espaço (geográfico) e no tempo (histórico), utilizando essa percepção
para posicionar-se criticamente diante das condições ambientais de seu meio;
• compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de conservação e manejo dos recursos naturais com os quais interagem, aplicando-os no dia-a-dia.


Práticas em ambiente escolar e não escolar

É cada vez mais urgente ajustar as metodologias adotadas aos pressupostos constantes dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Portanto, cito como justificativa principal para uma nova prática um dos itens apresentados como objetivo geral no documento supracitado:
“Ao final dos primeiros ciclos do Ensino Fundamental, o aluno deverá ser capaz de questionar a realidade, formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição e a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.”
É fato que há uma série de procedimentos, citados nos PCNs já como práticas ultrapassadas na época de sua elaboração, há 13 anos, que continuam sendo aplicados como prática corrente. O estudo de novas metodologias, fundamentadas teoricamente, a experiência e a ousadia se fazem necessários para que a mudança se dê na estrutura metodológica.
Os trechos transcritos a seguir foram selecionados como instrumento de reflexão acerca de nossa prática no trabalho com o tema transversal ‘Meio Ambiente’.

“Quando foi promulgada a Lei n. 4.024/61, o cenário escolar era dominado pelo ensino tradicional, ainda que esforços de renovação estivessem em processo. Aos professores, cabia a transmissão de conhecimentos acumulados pela humanidade, por meio de aulas expositivas e, aos alunos, a absorção das informações. O conhecimento científico era tomado como neutro e não se punha em questão a verdade científica. A qualidade do curso era definida pela quantidade de conteúdos trabalhados. O principal recurso de estudo e avaliação era o questionário, ao qual os alunos deveriam responder detendo-se nas ideias apresentadas em aula ou no livro-texto escolhido pelo professor.”
Não estaríamos nós, ainda nos dias atuais, reproduzindo essa prática já tomada como obsoleta em 1961? Observe-se a data da promulgação da lei.
“É importante, no entanto, que o professor tenha claro que o ensino não se resume à apresentação de definições científicas, em geral fora do alcance da compreensão dos alunos. Definições são o ponto de chegada do processo de ensino, aquilo que se pretende que o aluno compreenda ao longo de suas investigações, da mesma forma que conceitos, procedimentos e atitudes também são aprendidos.”
A prática pedagógica viente já oferece as definições prontas no livro didático...
...estaremos partindo do ponto de chegada?

Links relacionados:

http://ipanema.notredame.org.br/noticias/historico-de-noticias/estudantes-tem-aula-com-limnologo/

http://ipanema.notredame.org.br/noticias/historico-de-noticias/viagem-ao-fundo-do-mar/

http://ipanema.notredame.org.br/noticias/historico-de-noticias/cobra-faz-visita-amigavel-ao-notre-dame/

http://ipanema.notredame.org.br/noticias/historico-de-noticias/sucesso-caminhada-ecologica-75-anos-do-colegio-notre-dame/

http://ipanema.notredame.org.br/noticias/historico-de-noticias/sucesso-caminhada-ecologica-75-anos-do-colegio-notre-dame/

http://ipanema.notredame.org.br/noticias/historico-de-noticias/sucesso-caminhada-ecologica-75-anos-do-colegio-notre-dame/

http://ipanema.notredame.org.br/noticias/historico-de-noticias/cine-pipoca-e-atracao-no-nd-ipanema/


PRESSUPOSTOS GERAIS PARA O TRABALHO DE 1º AO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.
• Todo o material escrito produzido e utilizado como produto de estudo deve ser elaborado com a participação do aluno ou do grupo-turma, a partir de um processo de investigações planejado e realizado.
• Os objetivos principais a serem avaliados serão a aquisição de habilidades e o domínio de procedimentos, em detrimento da quantidade de conceitos “ensinados”, os quais não deixam de ter importância fundamental no decorrer dos trabalhos.
• Os temas são pretextos para que, a partir deles, se oportunizem vivências significativas que possibilitem aprendizagem não só de conceitos como principalmente de procedimentos e atitudes.


Como o trabalho se desenvolve, na prática? 

Algumas importantes diferenças se dão de acordo com a série em questão, tendo em vista as habilidades que são objetivadas para cada faixa etária. Apesar disso, os traços comuns do projeto garantem uma linha de desenvolvimento do trabalho coerente e progressiva. Aproveito o momento, então para mais uma citação dos PCNs.
“Se a intenção é que os alunos se apropriem do conhecimento científico e desenvolvam uma autonomia no pensar e no agir, é importante conceber a relação de ensino e aprendizagem como uma relação entre sujeitos, em que cada um, a seu modo e com determinado papel, está envolvido na construção de uma compreensão dos fenômenos naturais e suas transformações, na formação de atitudes e valores humanos.
Dizer que o aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é dele o movimento de ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações norteadas pelo conhecimento científico. Os alunos têm idéias acerca do seu corpo, dos fenômenos naturais e dos modos de realizar transformações no meio; são modelos com uma lógica interna, carregados de símbolos da sua cultura. Convidados a expor suas idéias para explicar determinado fenômeno e a confrontá-las com outras explicações, eles podem perceber os limites de seus modelos e a necessidade de novas informações; estarão em movimento de ressignificação.
Mas esse processo não é espontâneo; é construído com a intervenção do professor. É o professor quem tem condições de orientar o caminhar do aluno, criando situações interessantes e significativas, fornecendo informações que permitam a reelaboração e a ampliação dos conhecimentos prévios, propondo articulações entre os conceitos construídos, para organizá-los em um corpo de conhecimentos sistematizados.“

Ao se empreender uma mudança estrutural, faz-se necessário estudo e orientação sistemática e continuada dos profissionais que estarão executando o trabalho com seus alunos. Traça-se aqui apenas os passos básicos, como exemplo, não sendo suficientes para que a ação metodológica se efetive. Uma prática pedagógica se constrói na relação e no processo e não a partir de um manual de instruções.
1º: Escolhido o tema básico para a ser estudado é importante que cada professor aponte para o caminho que julgar mais interessante dentro daquele tema. O interesse do professor, como sujeito orientador, é fundamental para que os projetos caminhem com entusiasmo de parte a parte.

2º: Com o tema e o título definidos, a próxima etapa é fazer com que as crianças percebam que todo cientista que quer descobrir qualquer coisa, parte de uma pergunta, um questionamento, da vontade de resolver um problema ou de satisfazer uma curiosidade. Assim, os alunos, orientados e mediados pelo professor vão elaborar os questionamentos a partir do tema e do título. Caberá ao professor a elaboração do índice de trabalho, agrupando as questões levantadas por temáticas afins.
3º: Com a lista de perguntas em mãos, o que chamaremos índice de trabalho, o qual já estará, mais ou menos, arrumado em uma ordem desejada, mas não necessariamente estática, o trabalho efetivamente se inicia. A cada pergunta vai ser eleita uma estratégia específica com o objetivo de responder àquela pergunta. Ao final das séries iniciais do Ensino Fundamental, é desejado que o grupo já tenha clareza nas escolhas de estratégias, o que não isenta o professor de oportunizar sempre novos meios para seu grupo.
4º: A cada questão respondida, o conhecimento produzido deve ser registrado. É importante que este registro seja feito de formas diferentes. Imagens, textos, histórias, quadrinhos, filmes, sites, blogs etc. são apenas alguns meios de registro. O registro pode ser um instrumento de avaliação, mas não o único e definitivo. Ele pode ser individual, feito em duplas, em grupos... e sua forma pode ser escolhida pelo próprio grupo, de acordo com o julgamento do professor.
5º: Ao término de cada projeto, é importante criar um momento de socialização dos conhecimentos construídos pelo grupo-turma. O que pode ser uma feira de Ciências, a elaboração de um jornal, uma apresentação de seminário, um teatro ou qualquer outra ideia que o professor, juntamente com seu grupo, acredite ser boa para informar, socializar, divulgar.
Observações complementares:
A habilidade de observar é foco do trabalho com esse tema transversal. Parece fácil, mas desenvolver a habilidade de realmente observar e extrair da observação as propriedades características do ser observado, os padrões a serem analisados, mantidos ou alterados, é algo que demanda um trabalho bastante específico e aprofundado. Observar é uma estratégia interessante para responder a algumas questões.
É objetivo central do trabalho, levar o aluno a estabelecer relações entre o que está sendo aprendido e as situações cotidianas sociais e culturais. Um dos recursos importantes para esta etapa é a presença, em sala de aula, de publicações científicas periódicas, que poderão ser escolhidas pelo próprio grupo, sob orientação do professor, e assinadas pela escola com destino a estas salas de aula.

Como avaliar a aprendizagem em uma perspectiva transversal? 

Cada criança terá uma pasta-fichário ou outro instrumento pré-definido pela equipe de professores, para arquivamento das folhas, dos registros pessoais e coletivos e dos materiais de pesquisa.
O professor, a cada passo do desenrolar do projeto, vai elegendo aqueles conhecimentos que devem ser socializados e elabora um registro-padrão, a partir da investigação da turma, que garanta o arquivamento do conhecimento produzido. Ainda que não se faça posteriormente a cobrança daquele conteúdo formal “decorado”, reconhecer a importância de registrar e rever o que foi registrado, a cada passo, é objetivo central do trabalho do Ensino Fundamental. É um exercício de metacognição.
Aproveito este momento para uma última citação dos PCNs.
“Coerentemente à concepção de conteúdos e aos objetivos propostos, a avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades dos alunos com relação à aprendizagem de conceitos, de procedimentos e de atitudes.
Tradicionalmente, a avaliação restringe-se à verificação da aquisição de conceitos pelos alunos, mediante questionários nos quais grande parte das questões exige definições de significados. Pergunta-se: “O que é...?”. Perguntas desse tipo são bastante inadequadas a alunos dos três primeiros ciclos do ensino fundamental, pois não lhes é possível elaborar respostas com o grau de generalização requerido. A essas perguntas acabam respondendo com exemplos: “Por exemplo,...”. Diante dessa situação, as ocorrências mais freqüentes são: o professor aceita os exemplos como definição, transmitindo para o aluno a noção de que exemplificar é definir, ou considera errada a resposta, entendendo que o aluno não conseguiu aprender. Nos dois casos a intervenção do professor comprometeu a aprendizagem, pois em nenhum deles considerou que a inadequação era da pergunta e não da resposta. Outro tipo bastante freqüente de perguntas são aquelas que solicitam respostas extraídas diretamente dos livros-texto ou das lições ditadas pelo professor. O fato de os alunos responderem de acordo com o texto não significa que tenham compreendido o conceito em questão.
A avaliação da aquisição dos conteúdos pode ser efetivamente realizada ao se solicitar ao aluno que interprete situações determinadas, cujo entendimento demanda os conceitos que estão sendo aprendidos, ou seja, que interprete uma história, uma figura, um texto ou trecho de texto, um problema ou um experimento. São situações semelhantes, mas não iguais, àquelas vivenciadas anteriormente no decorrer dos estudos. São situações que também induzem a realizar comparações, estabelecer relações, proceder a determinadas formas de registro, entre outros procedimentos que desenvolveu no curso de sua aprendizagem. Desta forma, tanto a evolução conceitual quanto a aprendizagem de procedimentos e atitudes estão sendo avaliadas.
É necessário que a proposta de interpretação ocorra em suficiente número de vezes para que o professor possa detectar se os alunos já elaboraram os conceitos e procedimentos em estudo, se estão em processo de aquisição, ou se ainda expressam apenas conhecimentos prévios.
Note-se que este tipo de avaliação não constitui uma atividade desvinculada do processo de ensino e aprendizagem, sendo, antes, mais um momento desse mesmo processo.
O erro faz parte do processo de aprendizagem e pode estar expresso em registros, respostas, argumentações e formulações incompletas do aluno. O erro precisa ser tratado não como incapacidade de aprender, mas como elemento que sinaliza ao professor a compreensão efetiva do aluno, servindo, então, para reorientar a prática pedagógica e fazer com que avance na construção de seu conhecimento. O erro é um elemento que permite ao aluno entrar em contato com seu próprio processo de aprendizagem, perceber que há diferenças entre o senso comum e os conceitos científicos e é necessário saber aplicar diferentes domínios de idéias em diferentes situações.”

Não é preciso ressaltar aqui, que esse é um dos principais problemas vividos pelas instituições de ensino que se propõem a um trabalho sério. Sei que não é apenas com a leitura desse documento que os problemas se solucionarão, mas também sei que esta leitura pode ser disparadora de discussões que aprofundem o tema, trazendo à tona um processo em que não só o aluno, mas também o professor sintam-se conscientes do que estão realizando.


Considerações Finais


Ao escrever esse texto, o que estou terminando de fazer agora, vêm à tona os ideais de educação que cada um de nós tinha ao se embrenhar nas tramas do processo de educação e que, em alguns casos, perderam-se no caminho, sem que saibamos muito bem onde ou por quê.
Seria uma utopia? A construção cooperativa de projetos, a verdadeira aquisição de conhecimentos que partam de conhecimentos prévios, o reconhecimento de que os alunos são muito mais que meros repetidores de definições, a necessidade de se encantar com o aprender...
...e com o ensinar!
“Uma utopia? Talvez. Mas há que se manter aceso o sonho, para que se saiba onde se quer chegar.” (João Francisco Duarte Júnior)


Fonte (imagem): portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf

Acesse vídeos sobre a Tragédia Ambiental em Angra/RJ - Janeiro/2010

No site: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/veja+fotos+e+videos+da+tragedia+em+ilha+grande/n1237593283935.html

Fotos pessoais - Tragédia em Ilha Grande - Angra dos Reis/RJ















sábado, 11 de setembro de 2010

Histórico da Educação Ambiental




A educação conservacionista, idéia que antecedeu à educação ambiental, tem como foco o manejo dos recursos naturais. Seu conteúdo baseia-se nas ciências biológicas e na crença de que a tecnologia tem potencial para solucionar os problemas aí gerados, indicando como causas a falta de conhecimentos e de comportamentos adequados. Ela persiste e até hoje é utilizada por alguns educadores para desenvolver atividades pontuais.
Aos poucos foi ficando claro que a Ecologia, vista como princípio, por si só não dá conta de reverter, de impedir ou de minimizar os agravos ambientais, os quais dependem de formação ou mudanças de valores individuais e sociais que devem expressar-se em ações que levem à transformação da sociedade por meio da educação da população.
No ano de 1962 foi publicado o livro "Primavera Silenciosa", de Rachel Carson, alertando sobre os efeitos danosos do homem sobre o meio ambiente.
No Reino Unido foi constituído o Conselho para a Educação Ambiental, no ano de 1968, além de surgir o Clube de Roma, que em 1972 apresentou o relatório "Limites do Crescimento Econômico", a fim de demonstrar a necessidade de um equilíbrio global, através da redução do consumo.
Constitui-se a Conferência das Nações sobre o Ambiente Humano, na cidade de Estocolmo, no ano de 1972, tendo como ações a Declaração sobre o Ambiente Humano, que expressou a certeza de que "tanto as gerações presentes como as futuras, tenham reconhecidas como direito fundamental, a vida num ambiente sadio e não degradado" (TAMANES, 1977, p.21). Nesta mesma Conferência, a ONU criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), sediado em Nairobi, África.
Em 1975 a UNESCO organizou um Encontro Internacional em Educação Ambiental, em busca de respostas às discussões realizadas na Conferência de Estocolmo. Esse encontro foi realizado em Belgrado (Iugoslávia), criando, então, o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA) que formulou os seguintes princípios norteadores da Educação Ambiental: a Educação Ambiental deve ser continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os interesses nacionais.
A Carta de Belgrado aborda a satisfação das necessidades e desejos de todos os habitantes da Terra e apresenta temas sobre a erradicação das causas básicas da pobreza, sobre a necessidade de uma ética global, reforma dos processos e sistemas educacionais, por uma nova ética do desenvolvimento, propondo também um programa mundial de Educação Ambiental.
Em 1977 foi realizada a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi (ex-URSS), organizada pela UNESCO, em consonância com o PNUMA. Essa Conferência foi bastante importante durante a primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental, por definir os objetivos, as características da Educação Ambiental e as estratégias dos planos nacional e internacional. No Brasil, os cursos de Engenharia passaram a ter a disciplina Ciências Ambientais no currículo, após regulação feita pelo Conselho Federal de Educação (CFE).
O Seminário de Educação Ambiental para América Latina foi realizado em 1979, pela UNESCO e PNUMA, na Costa Rica. Já no Brasil, neste mesmo ano, o departamento do MEC e a CETESB para o Ensino Médio publicam "Ecologia - Uma proposta para o Ensino de 1º e 2º graus".
O parecer 819/85 do MEC afirma sobre a necessidade da inclusão de conteúdos ecológicos ao longo do processo de formação do ensino de 1º e 2º graus, já de acordo com as orientações da Conferência de Belgrado, ou seja, integrados a todas as áreas do conhecimento, progressivamente e de forma sistematizada, possibilitando a "formação da consciência ecológica do futuro cidadão".
Em Moscou, no ano de 1987, foi finalizado o documento do Congresso Internacional sobre Educação e Formação Relativas ao Meio Ambiente (promovido pela UNESCO) apresentou a importância da formação de recursos humanos nas áreas formais e não formais da Educação Ambiental, além de incluir a dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis de educação.
Neste mesmo ano o Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou por unanimidade, a conclusão da Câmara de Ensino a respeito do parecer 226/87 que considerava necessária a inclusão da Educação Ambiental dentre os conteúdos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas de 1º e 2º graus, bem como sugeria a criação de Centros de Educação Ambiental.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 dedicou o Capítulo VI ao Meio Ambiente e no Art. 225, Inciso VI, determina ao "... Poder Público, promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino...". Ainda em 1988, realizou-se o Primeiro Congresso Brasileiro de Educação Ambiental no Rio Grande do Sul, além do Primeiro Fórum de Educação Ambiental promovido pela CECAE/USP.
No ano de 1991, a Portaria 678/91 do MEC enfatizou, mais uma vez, que a educação escolar deveria contemplar a Educação Ambiental permeando todo o currículo dos diferentes níveis e modalidades de ensino. Foi enfatizada, pela primeira vez, a necessidade de investir na capacitação de professores.
Em 1992 realizou-se a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, RIO-92. Com o objetivo de apresentar os resultados das experiências nacionais e internacionais de EA e discutir metodologias e currículos. Deste encontro resultou a Carta Brasileira para a Educação Ambiental.
A Portaria 773/93 do MEC implementou em caráter permanente um Grupo de Trabalho para a Educação Ambiental, com o objetivo de coordenar, apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações, metas e estratégias para a implementação da Educação Ambiental nos sistemas de ensino em todos os níveis e modalidades - concretizando as recomendações aprovadas na RIO -92.
A Proposta do Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA, elaborada pelo MEC/MMA/MINC/MCT teve o objetivo de "capacitar o sistema de educação formal e não-formal, supletivo e profissionalizante, em seus diversos níveis e modalidades.", sendo realizada em 1994.
A Lei nº 9.276/96 que estabeleceu o Plano Plurianual do Governo 1996/1999, define como principais objetivos da área de Meio Ambiente a "promoção da Educação Ambiental, através da divulgação e uso de conhecimentos sobre tecnologias de gestão sustentável dos recursos naturais", procurando garantir a implementação do PRONEA.
É realizada em 1997 a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade – Thessaloniki, 1997, onde houve o reconhecimento que, passados cinco anos da Conferência Rio-92 , o desenvolvimento da Educação Ambiental foi insuficiente. O Brasil apresentou o documento "Declaração de Brasília para a Educação Ambiental", consolidado após a I conferência Nacional de Educação Ambiental – CNIA. Aqui foi reconhecido que a visão de educação e consciência pública foi enriquecida e reforçada pelas conferências internacionais e que os planos de ação dessas conferências devem ser implementados pelos governos nacionais, sociedade civil (incluindo ONGs, empresas e a comunidade educacional), a ONU e outras organizações internacionais.
Neste mesmo ano elaborou-se os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs com o tema "Convívio Social, Ética e Meio Ambiente", onde a dimensão ambiental é inserida como um tema transversal nos currículos do Ensino Fundamental.
Foi promulgada a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, que deverá ser regulamentada após as discussões na Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental no CONAMA.
A Coordenação de Educação Ambiental do MEC apresentou um documento intitulado “Educação Ambiental”, cuja finalidade seria demonstrar as principais características da EA, à luz da Conferência de Tbilisi:
1) Processo dinâmico integrativo: a Educação Ambiental foi definida (...) como "um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os torna aptos a agir – individual e coletivamente - e resolver problemas ambientais".
2) Transformadora: a Educação Ambiental possibilita a obtenção de conhecimentos e habilidades capazes de estimular mudanças de atitudes. Tem como finalidade a construção de uma nova visão das relações do homem com o seu meio e a adoção de novas posturas individuais e coletivas em relação ao ambiente. A efetividade desses novos valores, conhecimentos, competências, habilidades e atitudes refletirão na implementação de uma nova ordem ambientalmente sustentável.
3) Participativa: a Educação Ambiental procura sensibilizar e conscientizar o cidadão, em busca do estímulo pela participação individual nos processos coletivos, oficializando a presença da Educação Ambiental em todas as modalidades do ensino.
4) Abrangente: a prática da Educação Ambiental está muito além das atividades internas da escola tradicional e deve ser oferecida continuamente em todas as fases do ensino formal, envolvendo ainda a família e a coletividade. A eficácia virá na medida em que sua abrangência vai atingindo a totalidade dos grupos sociais.
5) Globalizadora: a Educação Ambiental deve considerar o ambiente em seus múltiplos aspectos e atuar com visão ampla de alcance local, regional e global.
6) Permanente: a Educação Ambiental tem um caráter permanente, pois a evolução do senso crítico e a compreensão da complexidade dos aspectos que envolvem as questões ambientais se dão de modo crescente e continuado, não se justificando sua interrupção. Despertada a consciência, ganha-se um aliado para a melhoria das condições de vida no planeta.
7) Contextualizadora: a Educação Ambiental deve atuar diretamente na realidade da comunidade, sem perder de vista a sua dimensão planetária.
A publicação do MEC também destacou os princípios que foram listados na Recomendação nº 2 da Conferência de Tbilisi, e que até hoje são referência para quem atua no setor. Eles foram transformados em doze pequenos mandamentos, que podem guiar as ações de quem pratica educação ambiental:
1. Considerar o meio ambiente em sua totalidade: em seus aspectos natural, tecnológico, social, econômico, político, histórico, cultural, técnico, moral, ético e estético.
2. Construir um processo permanente e contínuo, durante todas as formas do ensino formal, desde o início da educação infantil.
3. Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada área, de modo a se conseguir uma perspectiva global da questão ambiental.
4. Examinar as principais questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional e internacional.
5. Concentrar-se nas questões ambientais atuais e naquelas que podem surgir, levando-se em conta a perspectiva histórica.
6. Insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional, para prevenir os problemas ambientais.
7. Considerar explicitamente os problemas ambientais nos planos de desenvolvimento e crescimento.
8. Promover a participação dos alunos na organização de todas as suas experiências de aprendizagem, dando-lhes a oportunidade de tomar decisões e aceitar suas conseqüências.
9. Estabelecer para os alunos de todas as idades uma relação entre a sensibilização ao meio ambiente e a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes, para resolver problemas e clarificar valores, procurando, principalmente, sensibilizar os mais jovens para os problemas ambientais existentes na sua própria comunidade.
10. Ajudar os alunos a descobrirem os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais.
11. Ressaltar a complexidade dos problemas ambientais (...), a necessidade de se desenvolver o sentido crítico, e as atitudes necessárias para resolvê-los.
12. Utilizar diversos ambientes com finalidade educativa, e uma ampla gama de métodos para transmitir e adquirir conhecimento sobre o meio ambiente, ressaltando principalmente as atividades práticas e as experiências pessoais.
Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento do Rio de Janeiro, a Rio 92, o Grupo de Trabalho das Organizações Não-Governamentais elaborou o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, que confirma entre outros princípios:
- Educação Ambiental não é neutra, mas ideológica; é um ato político;
- A Educação Ambiental deve envolver uma perspectiva holística enfocando a relação entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar;
- A Educação Ambiental deve tratar das questões globais críticas, suas causas e inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico, em seus aspectos primordiais relacionados com o desenvolvimento e o meio ambiente, tais como: crescimento populacional, paz, democracia, direitos humanos, fome, degradação da flora e fauna;
- A Educação Ambiental deve promover a cooperação e o diálogo entre indivíduos e instituições, com a finalidade de criar novos modos de vida e atender às necessidades básicas de todos, sem distinções étnicas, físicas, de gênero, idade, religião ou classe social.
Percebe-se, portanto, que, desde a Conferência de Estocolmo, em 1972, a Educação Ambiental apresenta-se como uma possibilidade para difundir, nas educações formal e não-formal, uma abordagem abrangente acerca da natureza, além de tentar reverter a destruição social e ambiental imposta pelo atual modelo de desenvolvimento. Foi indicado que a Educação Ambiental tivesse o reconhecimento e a promoção efetiva em todos os países. Nas duas últimas décadas percebemos a influência e a repercussão do Programa Internacional de Educação Ambiental (implementado em 1975, até 1995) no sentido de promover inovações educacionais, ainda que tenha apresentado muita teoria e pouca prática efetiva, inovadora, crítica e transformadora.
Desde então tivemos diversas conferências internacionais em busca de soluções para o desenvolvimento das sociedades, sem causar agressões ao meio ambiente, mesmo com a globalização da economia. O conceito de desenvolvimento, até a implementação da Educação Ambiental através de Programas Internacionais da área, era restrito ao caráter economicista. Porém, ainda hoje, temos uma forte presença da compreensão do desenvolvimento como o único meio de atingir o bem-estar e a felicidade da sociedade capitalista, através da acumulação de bens materiais, sem importar-se com o agravamento da fome e da miséria mundiais.
O verdadeiro sentido da educação ambiental enquanto processo político, até então confundida com Ecologia, começou a tomar vulto na década de 1980, em meio a um grande debate político quando alguns movimentos, entre os quais o estudantil, começaram a reivindicar a democratização do poder no Brasil, depois de longo período de regime militar.
No entanto, sabe-se que a consciência ecológica não garante uma ação transformadora. Para que a educação ambiental se efetive, é preciso que conhecimentos e habilidades sejam incorporados, e que principalmente atitudes sejam formadas a partir de valores éticos e de justiça social, pois são essas atitudes que predispõem à ação. Consciência ecológica sem ação transformadora ajuda a manter a sociedade tal qual ela se encontra.




Fonte (imagem): vestibular.brasilescola.com - acessado em 08/09/2010